ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 29.03.1994.

 

 

Aos vinte e nove dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e quatro reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Primeira Sessão Extraordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária da Décima Primeira Legislatura. Às quatorze horas e trinta e oito minutos, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Santos, Eloi Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, Jair Soares, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Wilton Araújo, Letícia Arruda e João Bosco. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA foi encaminhado, pelo Vereador Luiz Negrinho, 01 Pedido de Providências. Após, face a Licenças aprovadas na Sessão Ordinária do dia vinte e oito do corrente,o Senhor Presidente declarou empossados na Vereança os Suplentes José Valdir, em substituição ao Vereador Antonio Hohlfeldt, em Licença para Tratar de Interesses Particulares, e Edi Morelli, em substituição ao Vereador Divo do Canto, em Licença para Tratamento de Saúde, informando que Suas Excelências passariam a integrar, respectivamente, as Comissões de Finanças e Orçamento e de Economia e Defesa do Consumidor. Após, o Vereador Nereu D’Ávila sugeriu a suspensão da presente Sessão para reunião de Lideranças a fim de discutir o encaminhamento a ser dado ao Projeto de Lei do Executivo nº 87/93, manifestando-se favoráveis a essa suspensão os Vereadores Henrique Fontana, Jocelin Azambuja, José Valdir, Maria do Rosário, João Dib e Fernando Zachia. Face a essas manifestações, o Senhor Presidente declarou suspensos os trabalhos às quatorze horas e cinqüenta e quatro minutos, nos termos do artigo 143, III, do Regimento Interno, sendo os mesmos reabertos, constatada a existência de “quorum”, às dezesseis horas e dezoito minutos. Na oportunidade, foi aprovado Requerimento do Vereador Giovani Gregol, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje.Após, o Senhor Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente Darci Campani, informando que Sua Excelência passaria a integrar a Comissão de Economia e Defesa do Consumidor. Também, foram apregoadas Emendas ao Projeto de Lei do Executivo nº 87/93, de nºs 09, de autoria do Vereador João Dib, 10, de autoria dos Vereadores Fernando Zachia, Maria do Rosário e Clênia Maranhão, e 11, de autoria da Vereadora Maria do Rosário. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi rejeitado Requerimento do Vereador Nereu D’Ávila, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 87/93 tenha adiada sua discussão por cinco Sessões, por sete Votos SIM contra vinte e quatro Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Jocelin Azambuja, Wilton Araújo, Luiz Negrinho,Maria do Rosário, Clênia Maranhão, Henrique Fontana, Lauro Hagemann e Nereu D’Ávila, tendo votado Sim os Vereadores Eloi Guimarães, Isaac Ainhorn, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Mário Fraga, Letícia Arruda e João Bosco, votado Não os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren,Eliseu Santos, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, Jair Soares, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Edi Morelli, José Valdir, Darci Campani, Wilton Araújo e Pedro Américo Leal, e tendo optado pela Abstenção o Vereador Pedro Ruas. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador João Verle, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 87/93 tenha adiada sua discussão por três Sessões, por dezenove Votos SIM contra onze Votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Fernando Zachia, Eloi Guimarães, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Jair Soares, João Verle, José Gomes, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, José Valdir, Darci Campani e João Motta, votado Não os Vereadores Isaac Ainhorn, Jocelin Azambuja, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Wilton Araújo, Edi Morelli, João Bosco, Letícia Arruda, Eliseu Santos e Milton Zuanazzi e optado pela Abstenção os Vereadores João Dib e Pedro Ruas. Os Requerimentos acima referidos, de autoria dos Vereadores Nereu D’Ávila e João Verle, foram submetidos à votação nominal por solicitação do Vereador Isaac Ainhorn. Em prosseguimento, nada da mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convidando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a ser realizada hoje, às dezoito horas, e convocando-os para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Luiz Braz e secretariados pelos Vereadores Wilton Araújo e Milton Zuanazzi.Do que eu, Wilton Araújo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


(Obs.: A Ata digitada nos Anais é cópia fiel do documento original.)

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Nós temos muita satisfação e muito prazer em receber o povo aqui nesta Casa, porque esta é a Casa do Povo, mas nós precisamos trabalhar, nós precisamos discutir um assunto que é extremamente polêmico. Eu vou pedir a todas as senhoras e todos os senhores que se mantenham em absoluto silêncio. Aqueles que quiserem conversar, por favor, passem para o lado de fora do Plenário porque aqui só se admite conversarem os Vereadores que estão discutindo a matéria; quem não está discutindo a matéria eu peço que, por favor, se mantenha em silêncio absoluto. Nós temos o máximo prazer em recebê-los, mas temos que trabalhar da melhor forma possível.

Votamos, ontem, Requerimentos de licença dos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Divo do Canto.

(Obs.: Foram empossados os Suplentes dos Vereadores licenciados, conforme consta na Ata.)

 

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3072/93 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 87/93, que dá nova redação a dispositivos da Lei nº 4308, de 13 de julho de 1977, que autorizou o Município a instituir a Fundação de Educação Social e Comunitária (FESC), altera a denominação e atribuições da Secretaria Municipal e Serviço Social (SMSSS) instituída pela Lei nº 2662, de 18 de dezembro de 1963, e dá outras providências. (Com Emenda nº 01 e com Substitutivo nº 01)

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal;

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara - art. 82, parágrafo 1º, III, da LOM.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente. Hoje, pela manhã, tivemos uma reunião na Comissão de Defesa do Consumidor com a Ver.ª Clênia Maranhão, Presidente, e a Ver.ª Maria do Rosário, com o Conselho Regional de Assistência Social e ficou claro, Sr. Presidente, que uma das coisas fundamentais, que é a unificação da assistência social, não está inserida no Projeto. Portanto, o Conselho distribuiu um documento contrário ao Projeto. Então, Sr. Presidente, o Projeto não está completo, e mais, a alegada urgência, devido a Lei Eleitoral, ficou claro que é um balão de ensaio, porque, na verdade, a Lei Eleitoral começará a vigorar a partir do dia 02 de junho, estendendo-se até o dia 31 de dezembro. Portanto, temos mais de sessenta dias para tomar qualquer providência no que se refere a contratações. Temos, inclusive, um problema de cinqüenta e seis funcionários que estão completamente desabrigados e que não sabem onde vão parar. Por isso, nós sugerimos que seja suspensa a Sessão e que façamos uma reunião da Mesa com as Lideranças na busca de uma solução amigável. Adianto que nem eu nem a Bancada do PDT seremos óbice na retira do Substitutivo, desde que atenda a todas as partes em litígio. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Mais uma vez, vou solicitar que não haja manifestações da galeria. Os Senhores são muito bem-vindos a esta Casa, porque esta Casa é do povo, mas para assistir, presenciar, a atuação dos representantes do povo.

Há um Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila solicitando que seja suspensa a Sessão para que possamos fazer uma reunião da Mesa com as Lideranças das Bancadas.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA: Concordo com a sugestão do Ver. Nereu D’Ávila. Gostaria de caracterizar a preocupação da bancada do governo, da Bancada do PT, no sentido de encontrar uma solução para os problemas que temos dentro do Projeto. Estamos de acordo com a reunião de Lideranças.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: A Bancada do PTB não tem nada a opor na busca do entendimento. O que nos preocupa é a informação de que a data de dois de abril não é mais uma data definitiva. Isso não é muito adequado.

Temos que apurar isso, pois a informação que nos foi trazida, durante todo tempo, era 02 de abril, portanto, temos que examinar isso junto com a Liderança da bancada do governo. Também, dentro das emendas que se tem, buscando solução para o problema do pessoal do MAPA e das outras áreas. A Bancada do PTB acha extremamente positivo que se pare, neste momento, a Sessão, para que se reúnam as Lideranças com a Mesa, para encontrar um caminho.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, é evidente que toda a iniciativa no sentido de se encontrar uma solução que viabilize a fundação, que viabilize a questão da assistência social, e aí divirjo do Ver. Nereu com relação ao enfoque que ele deu, é evidente que concordaremos. Aliás, não temos feito outra coisa, desde dezembro, a não ser buscar o entendimento, não seremos nós que iremos impedir isso. Gostaria de salientar que é necessário discutir o Projeto, pois existem determinadas premissas levantadas pelo Ver. Nereu D’Ávila com as quais não concordo, e acho que é preocupação. Se essa reunião for feita, que seja rápida, para retomarmos a discussão com ou sem consenso, para que saiamos daqui com uma deliberação a respeito desse tema. Se possível, uma deliberação unânime da Casa. Enfatizo isso, que ainda hoje se discuta e delibere sobre essa questão.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Concordando com o encaminhamento proposto pelo Ver. Nereu D’Ávila, e com a preocupação do Ver. Jocelin Azambuja, quanto aos prazos, talvez, para agilizar e contribuir com essa reunião que as Lideranças e a Mesa vão realizar, fosse interessante consultarmos a Auditoria da Casa sobre essa questão dos prazos para contratação, para que pudesse elucidar sobre a possibilidade do Executivo trabalhar com os prazos e as contratações. Afinal de contas, é dia 02 de abril, como trabalhamos até agora, com as informações que tínhamos, ou é possível esse 02 de junho? Então, pediria a V. Ex.ª que solicitasse à Auditoria da Casa um posicionamento mais oficial, de acordo com a Legislação.

 

O SR. JOÃO DIB: A Bancada do PPR concorda com a Liderança do PDT, mas manifesta a mesma apreensão levantada pela Bancada do PTB, até porque esta Sessão foi convocada extraordinariamente em razão da data de 02 de abril.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: É repetitivo, Sr. Presidente, mas é verdadeiro. O PMDB também se posiciona junto ao PDT, mas com essa dúvida, pois estamos reunidos, como disse o Ver. João Dib, hoje à tarde, porque nós tínhamos o problema do prazo. O próprio Presidente da FESC, o Ver. José Valdir, nos dizia que o prazo máximo era 2 de abril. Em cima desta data, nós aceleramos o processo. É um Projeto importante. É um Projeto que o PMDB estudou muito a fundo, mas sobre o qual tem suas dúvidas ainda. Se nós pudermos ter um prazo maior para uma discussão melhor, parece-me o ideal. Se o prazo for, realmente, 2 de abril, nós temos que votar hoje.

 

O SR. PRESIDENTE: Diante das manifestações do Plenário, das Lideranças, nós vamos suspender a Sessão por cinco minutos para reunir Lideranças, Mesa e Auditoria da Casa, que nós já solicitamos. Se for preciso prorrogar o tempo de cinco minutos, prorrogaremos; se encontrarmos entendimento em cinco minutos, voltamos para o Plenário. A reunião será na Diretoria Legislativa.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h54min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 16h18min): Estão reabertos os trabalhos.

Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Giovani Gregol, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Giovani Gregol, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

A Mesa apregoa Emendas ao PLE nº 87/93, de nºs 9, de autoria do Ver. João Dib, 10, de autoria dos Vereadores Fernando Záchia, Maria do Rosário e Clênia Maranhão, e 11, de autoria da Ver.ª Maria do Rosário.

Vamos colocar o Projeto em discussão, mas antes há um Requerimento assinado pelo Ver. Nereu D’Ávila, que está sobre a mesa. O Ver. Nereu D’Ávila requer seja adiada a discussão do PLE nº 87/93 por cinco Sessões. Em votação. Para encaminhar, a palavra está com o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Vou encaminhar contrariamente ao Requerimento de adiamento por cinco Sessões feito pelo Ver. Nereu D’Ávila. Este Projeto, no mínimo, deve tramitar dentro da normalidade com que tramitam nesta Câmara Municipal. Na realidade, no meu entendimento, ele deveria ser até votado hoje e ser rejeitado. Eu não entendo porque me induziram a pensar que o dia 2 de abril era a data fatal. Quando não era. Não foi explicado. Eu não entendo! Porque para mim as coisas são certas ou são erradas, e eu estava disposto a votar; propus, foi um dos que propôs essa Sessão Extraordinária e não entendo mais e, se me induziram a erro, eu agora devo dizer também que o Projeto foi por mim analisado.

Está aqui, e isso tudo aqui é análise do Projeto, não é como diz a Exposição de Motivos do Sr. Prefeito onde já fico duvidando de todas as coisas que foram ditas: “...ampliando os serviços sem onerar os cofres públicos, evitando-se, destarte, significativo número de servidores e conseqüente repercussão na folha de pagamento”. Isso está escrito e assina o Prefeito. Mas, na realidade, são criados quatrocentos e doze cargos de provimento efetivo, quarenta e seis cargos em comissão e quarenta e sete funções gratificadas. Isso aumenta o quadro em cento e sessenta e oito cargos. Então, não é bem assim. Primeiro, nos dizem uma coisa, é 2 de abril, não era dois de abril, foi primeiro de abril para mim. E não aceito o adiamento por cinco Sessões.

Eu pediria que a Bancada do PT retirasse o artigo 81, e o Projeto tramitasse como deve tramitar, e vamos votar no final de junho, nada antes da eleição. Porque, agora, já fiquei preocupado pelas informações que ouvimos de uma pessoa extremamente correta, que é o Secretário de Administração, no qual acredito, confio nele, mas nos informou errado e, se nos informou errado, deixou que nós pensássemos errado. Sou obrigado a pensar que tem muita coisa aqui errada.

Tem aqui a criação de dezesseis gerentes de unidade, com dezesseis salários do nível um. É mais de um milhão de cruzeiros reais! O Presidente da FESC passa a receber a salário de Secretário do Município, é aumento de despesa. Dezesseis salários de mais de um milhão de cruzeiros, e quero ver qual é engenheiro, médico, arquiteto, advogado da Prefeitura com mais de dez anos de serviço que ganha isto aí, eu quero ver.

Portanto, acho que este Projeto tem que ser examinado muito mais detidamente. Nós somos levados pelas emoções, somos levados pelo interesse de resolver o problema, mas não era igual de todos os lados, só o lado de cá tinha interesse pela Cidade. Então, como foi dito, quando vinha para esta Tribuna, a Cidade há de nos agradecer por aguardar muito mais tempo e não cinco Sessões. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Jocelin Azambuja para encaminhar.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente. Srs. Vereadores. Estamos vivendo um momento bem diferenciado nas nossas relações na Câmara de Vereadores de Porto Alegre com o Executivo Municipal e com a bancada governista, e me preocupa muito isso. Estamos numa Sessão Extraordinária porque estávamos premidos pelo tempo. Colocaram-nos que a data limite era 02 de abril e isso era falado o dia inteiro dentro desta Casa, e vamos ter que fazer uma convocação extraordinária. Claro que os funcionários se mobilizaram, estão perdendo o seu dia de trabalho, porque, claro, estão preocupados com o seu futuro. Mas, na verdade, esta Sessão não tinha por que ocorrer, já que a data que impossibilitaria o Executivo Municipal de qualquer ação em relação a FESC não é 02 de abril, e sim, o dia 02 de junho. E, portanto, teríamos, com tranqüilidade, até 20 de abril para votarmos essa matéria.

O Ver. Nereu D’Ávila está pedindo o adiamento por cinco Sessões. Mas, parece-me que o importante nesse momento em que houve uma quebra, que considero grave, em nossas informações, e a primeira que houve desde que assumi como Vereador desta Casa, no dia 1º de janeiro de 1993, uma quebra das informações entre o Legislativo e o Executivo. A Bancada do PTB ouviu a direção da FESC, o seu diretor, os seus assessores jurídicos, o secretário e sempre martelaram em cima do dia 02 de abril, mesmo agora, querendo dizer que não. Discutimos e estávamos com o coração aberto para uma ampla negociação, para que fossem preservados os interesses e também, evidente, a preservação daqueles que trabalham dentro da FESC nas diversas áreas. Agora estamos realmente num impasse, o que significa que temos que ter bom senso.

Pedimos ao Executivo que retire o artigo 81, que zere o processo, que se reinicie uma profunda discussão em relação à questão. Vamos ouvir com mais profundidade o Conselho de Assistência Social, as entidades envolvidas na questão. Vamos ouvir com mais profundidade os funcionários. Vamos ver se realmente é necessário fazer essas contratações ou não. Vamos ver o que é que acontece dentro da FESC. Vamos ver o que é que envolve esta questão de aumento ou não de funcionários. Nós queremos, agora, saber tudo, detalhe por detalhe, tintim por tintim, como se diz. Não queremos que escape nada, porque o PTB não vai votar nada que não seja com a consciência tranqüila de que está fazendo um bem para a Cidade, que está fazendo um bem para a área de assistência social, que está fazendo um bem para os funcionários que ela produz e que tem que produzir cada vez mais para o benefício da Cidade. Agora, isso passa muito bem por um processo profundo de responsabilidade que o Partido Trabalhista tem na sua atuação nesta Casa e para com os munícipes de Porto Alegre, de votar as coisas de forma clara.

Nós queremos continuar mantendo com o Executivo Municipal uma relação de profundo respeito, de profunda responsabilidade e jamais abrirmos mão da nossa prerrogativa de Vereadores eleitos por este povo para defender os interesses da Cidade. O PTB não vai-se curvar à pressão nenhuma, não vai aceitar qualquer tipo de pressão para votar este Projeto. E, se, hoje, tiver que votar, vota contrário ao Projeto. Já fica bem esclarecido a todos que, se tiverem que nos forçar a votar, hoje, o Projeto, nós somos contrários ao Projeto. Pelo PTB, não passa um voto favorável. Nós queremos que haja a conscientização do Executivo Municipal, porque houve uma quebra, e, diante desta quebra, o melhor a fazer é a retratação, zerarmos o processo e reiniciarmos um novo processo de discussão. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): V. Ex.ª presidiu uma reunião de Lideranças com a Mesa e houve um encaminhamento desta reunião que não está sendo cumprido agora, porque, com esta proposta do Ver. Nereu D’Ávila, ela passa do prazo que nós estávamos propondo, uma discussão que desse possibilidade de viabilizar o Projeto. Foi isso que a Mesa resolveu com as Lideranças e não cinco Sessões de adiamento. Poderia ser até duas, três ou uma, conforme o prazo. Nós temos que manter, aqui, um trabalho em favor da Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, o Ver. Clovis Ilgenfritz tem absoluta razão quando diz que foi feito um acordo entre Lideranças e Mesa no sentido de que houvesse um entendimento de Lideranças e Mesa para que o Projeto pudesse ser votado, a qualquer instante, depois de ser discutido, depois de que a Casa tivesse um pleno entendimento. Está correto o entendimento do Ver. Clovis Ilgenfritz, mas, quando abri a Sessão, recebi um Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila que pedia um adiamento do Projeto por cinco Sessões. E este Requerimento tem que ser colocado em votação e é o que estou fazendo, estou colocando em votação o Requerimento do Ver. Nereu. O entendimento da Sala de Reuniões, infelizmente, não supera o entendimento de todo o Plenário. Portanto, sei que V. Ex.ª tem razão, realmente ficou acordado exatamente isto. Mas a Mesa é obrigada a colocar em votação o referido Requerimento.

Encaminha pelo PDT o Ver. Wilton Araújo.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, prezados munícipes que estão aqui, hoje, nos honrando com suas presenças.

Chegamos num momento de um Processo e de um Projeto onde houve inúmeras pressões, como já foi dito desta tribuna, por parte do Partido Governista para que o Processo fosse votado hoje. E usavam como argumento de que prazo fatal, legal, era o dia 2 ou 3 de abril. Isto já foi visto que não é verdadeiro. Não houve seriedade no encaminhamento dado por parte da bancada governista. Desta forma, por este motivo, a Bancada do PDT rebelou-se, não fazendo coro a esta iniciativa sem fundamento legal.

Há também o argumento de que parte da sociedade, podemos citar os funcionários da FESC e do MAPA que não foram ouvidos, as sua alternativas não foram acatadas. A conferência de Assistência Social, realizada com grande publicidade como costuma acontecer com a Administração autodenominada Popular, em suas conclusões dizia que deveria ser tomado um procedimento que não foi acatado pela Administração.

Então para que fez a Conferência, para não ouvir? Ouvidos surdos à população? É por isso que a Bancada do PDT não quer a votação hoje, e encaminha um Requerimento para adiar por cinco Sessões. Mas hão de perguntar, como fez anti-regimentalmente o Ver. Clovis Ilgenfritz, usando o subterfúgio da Questão de Ordem, que não era o caso no momento: por que o pedido de adiamento? Se lá na Sala de Reuniões, onde as Lideranças mais a Mesa definiram que não haveria mais prazo fatal e que a partir de agora as negociações fluiriam, e no momento em que sentíssemos o amadurecimento da matéria ela viria a Plenário. Eu explico: a democracia precisa de tempo, Vereador, mas precisa também que nós assumamos a transparência dos poderes e no Regimento, V. Ex.ª sabe, o único que pode retirar e cumprir com o acordo que foi feito lá é a bancada governista, porque ela é a autora do Requerimento que deu o Regime pelo artigo 81, nesta Casa.

Diz o nosso Regimento: se a bancada governista pode cumprir o acordo que foi feito lá, pedindo a retirada do artigo 81. Se vocês, a Bancada, os Vereadores do PT, e o Governo não cumpriram com o acordo, resta-nos vetar o Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila que aí sim, em segunda via alternativa, a maioria da Casa vai repudiar o processo até agora enfrentado e dirigido pelo Partido do Governo. Ou vocês cumprem o acordo que foi fechado lá, retirando o artigo 81, ou infelizmente a Cidade poderá - o que não é o interesse da Bancada do PDT- perder a oportunidade de fazer um grande, um único sistema de assistência social em Porto Alegre que vai trazer e resgatar o compromisso desta Casa com a área de assistência social. Portanto, o Governo quer ou não cumprir o acordo que fez há pouco? O Governo quer se redimir de prazos equivocados e mal passados para a Casa ou não? Com a palavra o Governo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para encaminhar, o Ver. Luiz Negrinho.

 

O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na reunião agora há pouco houve praticamente o consenso de que este Projeto teria um adiamento por um prazo não definido. Mas, ao chegar aqui no Plenário, parece que as coisas se transformaram. Eu, nesta reunião, apenas assisti a todas as negociações até por que eu sempre fui contra esse Projeto, desde o início. A partir do momento em que eu soube que ficariam cinqüenta e seis famílias desabrigadas, que eram funcionários do MAPA, eu disse a todos os Vereadores que me procuraram que eu seria contra, a não ser que se desse uma solução a esses funcionários do MAPA. Por isso, quero dizer aqui ao Líder do PDT, Ver. Nereu D’Ávila, que sou contra o seu Requerimento porque acho que devemos votar hoje esse Projeto, e dizer que o PP vai votar contra esse Projeto. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Ver.ª Maria do Rosário para encaminhar.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, população que acompanha essa discussão. É certo que essa discussão tem um mérito indiscutível, o mérito de pensar a política de assistência social para o nosso Município. E não é sem tempo, haja vista que, no ano passado, nós reconhecemos aquele momento muito importante da vida desta Cidade, a Cidade realizou a sua Conferência Municipal de Assistência Social.

Nos parece que, durante as últimas Sessões que tivemos com a bancada do Governo e com a FESC, esta Casa foi colocada numa situação de obrigatoriedade de votar esse Projeto hoje, inclusive se chamando uma Sessão Extraordinária, sob pena de que se não votássemos hoje, estaríamos inviabilizando o Projeto, não somente o reordenamento da FESC, mas da política de assistência social para o Município. Essa situação está mais do que esclarecida, a partir da reunião de Lideranças, e é certo que nós temos um novo prazo, quanto à possibilidade de contratação, mesmo que temporária, de um novo quadro de funcionários para a FESC. Esse prazo é 02 de junho, e não 02 de abril.

Dentro dessa perspectiva, nós achamos que é preciso discutir, conversar com a sociedade, debater mais profundamente, para que não seja somente um Projeto de reordenamento da instituição, mas um Projeto sintonizado com a Lei Orgânica de Assistência Social e sintonizado com aquilo que foi definido na Conferência Municipal de Assistência Social.

No entanto, esse prazo, esse momento a mais de discussão que esta Casa precisa ter com a sociedade civil, de uma forma muito particular, que deve ser ouvida, não deve ser um prazo que inviabilize a aplicação do Projeto, a contratação de efetivos e o estabelecimento de políticas, principalmente o funcionamento dos programas e dos serviços que já estão previstos, como por exemplo, a casa de passagem da Rua Padre Cacique.

É por isso que nós defendemos o novo prazo de discussão, mas não adiamento por cinco Sessões. O novo prazo de discussão significa que na semana que vem, a partir de novo acúmulo de debates desta Casa com a sociedade, votamos esse projeto. As cinco Sessões, como são propostas pelo Ver. Nereu D’Ávila nos parece que não contribui no sentido da aplicação da aprovação do Projeto no prazo necessário para que a convocação das provas seletivas da FESC possam ser amplamente divulgadas dentro da sociedade.

Em nome do PC do B, eu encaminho contrária à posição de cinco Sessões, mas achando que nós precisamos deste novo prazo de discussão até a semana que vem. Que não seja um prazo tão longo que inviabilize o Projeto, e que não seja hoje a votação, quando ainda não temos a preparação necessária e a discussão acumulada com a sociedade, no sentido de adequação à Lei Orgânica de Assistência Social e de adequação à Conferência Municipal de Assistência Social. Parece-nos que existem novas propostas na Mesa, de três Sessões de adiamento, que daria na semana que vem. Certamente interessa mais para esta Casa e para o Município de Porto Alegre do que o adiamento por cinco Sessões. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Ver.ª Clênia Maranhão está com palavra para encaminhar.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, funcionários da FESC, técnicos da área social de Porto Alegre que têm acompanhado conosco essa discussão do Projeto da área social da nossa Cidade.

A movimentação que vemos aqui hoje, acho que é a representação da importância da discussão que fazemos nesta Câmara. Acho que não poderia ser diferente num momento em que a realidade econômico-social do Brasil aflige a maioria da nossa população.

Já há algum tempo, desde o final do ano passado, quando chegou à Câmara a proposta original do Executivo em relação à FESC, nós, da Bancada do PMDB, através da minha representação, estivemos reunidos várias vezes com a representação dos funcionários da FESC, com representantes de várias entidades da área social, com a direção da instituição na busca da definição de uma proposta que não a venha prejudicar, sequer, um funcionário da FESC e que venha a atender, da melhor maneira possível, a grande parte da população de Porto Alegre que é usuária dos serviços da área social. Talvez se a nossa realidade fosse diferente, a discussão deste Projeto não tivesse a participação e a repercussão que tem hoje no Município de Porto Alegre. A responsabilidade desta Câmara é enorme no momento em que vai definir uma política que venha garantir a unidade e a qualidade dos serviços aos setores da população que mais necessitam da definição de uma política pública que venha garantir aquilo que é direito básico e essencial dos cidadãos de Porto Alegre.

Nós estamos querendo que a definição do Projeto seja dada com a participação de todas as Bancadas, a partir das reuniões com os técnicos das áreas, com o Conselho Federal do Serviço Social e de todos aqueles funcionários que têm dedicado o seu tempo na construção de uma melhor proposta para a FESC e para as políticas sociais de Porto Alegre.

Por isso, o meu Partido acha prematura a votação desse Projeto nesse momento. Nós não queremos que paire sobre a Cidade, sobre os funcionários da FESC, ou sobre esta Casa, qualquer dúvida sobre qual é a melhor proposta para Porto Alegre na área social.

Nós estamos defendendo, porque sabemos que já discutimos muito e que estamos quase chegando a uma posição melhor para todos; achamos que, nesta reta final, ainda teremos a possibilidade de enriquecer, com novas emendas, e de aprimorar o Projeto da FESC, para fazê-lo à altura das necessidade da Cidade.

Achamos que três Sessões, a partir de hoje, seriam suficientes para que nós chegássemos a um consenso e à maturidade política que essa Casa tem sempre demonstrado na definição do trato da questão política e da coisa pública para Porto Alegre.

Eu acho que isso demonstraria a boa vontade de negociação e a responsabilidade pública para se chegar àquilo que é melhor para Porto Alegre e para a Câmara de Vereadores, mas, principalmente, para o objeto do trabalho desse Projeto, que é a população da baixa renda desta Cidade. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores que nos acompanham nessa Sessão para discutir esse Projeto de Assistência Social, para o Município de Porto Alegre.

Gostaria de iniciar, dizendo que a Bancada do PT e o nosso Governo têm um compromisso com a Cidade. Esse compromisso é o de discutir um política da Assistência Social, ou seja, que esta Cidade melhore a sua ação na área de Assistência Social.

Esse foi o objetivo que norteou a construção desse Projeto que nós apresentamos em dezembro, nessa Câmara. Esse Projeto passou por intensas discussões, com diversas Bancadas, diversas Lideranças, que sugeriram modificações, que fizeram Emendas que aperfeiçoaram o Projeto e nós conversamos com diversos setores da sociedade civil para que ele fosse o melhor Projeto possível. Agora, por que a Bancada do Partido dos Trabalhadores pediu o chamado art. 81 e talvez as galerias não entendam o que seja: é simplesmente uma urgência na votação do Projeto. Pedimos essa urgência porque nós estamos premidos pelo tempo. Nós temos compromissos inadiáveis. Eu falo dos compromissos para com a Cidade. Nós temos, hoje, equipamentos, como uma casa da passagem na Av. Beira Rio, que está fechada porque não temos profissionais para abrir aquela casa.

Segunda questão, nós precisamos definir a situação da FESC. Nós entendemos e aceitamos todas as modificações que garantam os direitos dos trabalhadores que hoje servem à FESC, ao MAPA, tanto que nossa própria Bancada, em negociação com outras Bancadas, quer a estabilidade para esses servidores que vão participar desse novo quadro; o quadro da antiga FESC e não o quadro estatuário. Todos terão garantia de emprego. Sobre a questão do MAPA, quero deixar uma posição bem clara, a Bancada do Partido dos Trabalhadores não tem nada contra, se nós tivermos forma legal para que os servidores atuais do MAPA possam servir à nova FESC, nada temos contra; os limites são apenas os legais. Se houver alguma alternativa proposta por alguma Bancada, nós acataremos.

Terceira coisa importante, alguns Vereadores que me antecederam trouxeram a informação de que a nossa Bancada blefou com a data de 2 de abril. Isso não é verdade, porque nós sempre deixamos claro que a data legal é o dia 31 de maio, como está colocado em documento assinado pelo próprio presidente da FESC. Agora, nós queremos deixar claro para todos os Vereadores que o processo de seleção pública demanda determinados passos e esses passos são o seguinte: quinze dias para divulgação da seleção pública, sete dias para analisar as inscrições, sete dias para recurso dessa análise, dez dias para realização das provas, sete dias para recursos. Só isso soma o total de quarenta e seis dias, mais sete dias para homologação dos resultados, dando o total de cinqüenta e três dias. Isso se não houver nenhum contratempo no caminho, se não houver problemas com as provas, com as inscrições, no Edital. Então, do ponto de vista do nosso Governo, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, é que a FESC possa...

 

(Manifestação nas galerias.)

 

Então, o que nós queremos dizer a todos é que esta data que trouxemos e discutimos com os Vereadores - esta data indicativa de 02 de abril -, é uma data séria, que foi discutida em cima da realidade de como se pode fazer esta seleção pública. O que nós queríamos colocar, aqui, é que temos um desafio - desafio de toda a Câmara e de toda a Cidade de Porto Alegre -, nós precisamos encontrar uma alternativa para a política de assistência social da Cidade. Não basta ser contra este Projeto, porque alguns Vereadores - poucos, felizmente - não são a maioria deste Plenário, alguns não querem votar o Projeto; alguns estão usando essa questão da data para postergar a votação do Projeto; não querem votar o Projeto!

 

(Manifestação nas galerias e no Plenário.)

 

Nós queremos dizer, diante de todo o Plenário que está aqui, para todos os colegas Vereadores e para as pessoas que estão acompanhando esta Sessão, que o nosso desafio, enquanto Bancada do Governo, enquanto Partido dos Trabalhadores, é encontrar uma solução para o problema que aqui está. Nós queremos sentar, assim como sentamos inúmeras vezes, com inúmeros Vereadores e com inúmeras Bancadas, negociando emendas; aceitando sugestões de melhoria do Projeto, porque não entendemos que o nosso Projeto tenha o dom de ter a verdade absoluta, ao contrário, ele pode e deve ser aperfeiçoado. Neste momento, queremos convidar todos os Srs. Vereadores que querem aperfeiçoá-lo para garantir o seu aperfeiçoamento e para garantir a sua aprovação. Porque essa aprovação não é para a Bancada do Partido dos Trabalhadores; essa aprovação é para a Cidade de Porto Alegre.

Este é o desafio: vamos encontrar um caminho para aprovar a política de assistência social, para aprovar esse Projeto, com Emendas, com melhorias, mas não vamos procrastinar isto! Não vamos dizer para a Cidade de Porto Alegre que os equipamentos que têm que servir à população continuem fechados. Isto não podemos aceitar. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho que uma pitada de contenção nas discussões não vai fazer mal. Estamos assistindo hoje, na Câmara Municipal, a uma das tantas Sessões históricas em que a efervescência das idéias produz até agressões, às vezes, involuntárias. Mas é preciso que se ponham os pés no chão e a cabeça no lugar. Estamos assistindo a um episódio inusitado. A linguagem gauchesca tem até uma figura para ilustrar esse tipo de coisa que está acontecendo. Alguns Vereadores estão bancando o quero-quero, cantando longe do ninho. Temos que dar atenção para isso. O que quer a Bancada do Governo? Ela quer aprovar o Projeto que veio para esta Casa no final do ano passado e que teve sua discussão e votação adiadas até o início deste ano. O que quer um setor da Casa? Ele quer adiar essa discussão mais uma vez.

A questão do prazo parece que já está delimitada, portanto não há necessidade. Mas me parece que já há alguns interesses em postergar para mais além a decisão da Casa. O Ver. João Dib já fala, por exemplo, em votar no mês de julho, junho, quando se sabe que será impossível organizar um recrutamento normal. O Ver. Nereu D’Ávila propõe o adiamento por cinco Sessões. O Líder do PT propõe o adiamento por três Sessões. Parece-me que é razoável o prazo de três Sessões. Nós teríamos a chance de votar esse Projeto na próxima sexta-feira. Daria tempo para se ouvir todas as entidades que reclamam a sua participação no processo. Nós teríamos - claro, agora vem a semana da Páscoa -, mas teríamos quase uma semana de prazo para fazer esse trabalho. Então, parece-me razoável que se aceite o adiamento por três Sessões para que tudo entre nos eixos. Eu falo com muita tranqüilidade. Embora pertencendo à Frente Popular, o PPS não participa do Governo Municipal. Se assim fosse, eu estaria aqui sob suspeição, mas é essa condição que me dá o direito de falar assim. Portanto, encaminho a favor das três Sessões de adiamento para o Projeto da FESC. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra, como autor, para encaminhar.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A intransigência não parte da nossa parte. Agora mesmo, aqui da tribuna, o último orador referiu para votar na sexta-feira que vem. Foi esta a proposta que eu coloquei na reunião, e o Sr. Vereador do PT queria votar hoje, o Vereador que é encarregado das negociações pelo PT. Colocado em votação, deu empate daqueles que queriam votar quarta-feira e aqueles que queriam transferir a votação. Deu-se, democraticamente, inclusive, a palavra ao Secretário da Administração, que estava lá. Em respeito à democracia. Alguns Vereadores conseguiram captar que estamos hoje aqui reunidos por uma empulhação da Bancada do Governo, porque não era necessário. Foi criado um clima de 2 de abril, era a data peremptória. E se descobriu que a data é 1º de junho. O próprio Secretário, mesmo dilatando os prazos, não ultrapassou mais do que trinta e cinco dias as contratações. Ocorre que o Ver. Wilton de Araújo detectou exatamente uma questão importantíssima: que estamos compungidos e levados a um brete em que se tratam apenas das contratações, contratações de outros funcionários, desconsiderados os duzentos e quarenta e quatro da FESC e os que vêm do MAPA e da Secretaria de Serviço Social. A política assistencial hoje apontada pelo Conselho Regional de Assistência Social ainda não está inserida no Projeto. O próprio parecer do relator da Comissão de Justiça, Ver. Isaac Ainhorn, não foi votado por assodamento da Bancada do PT. O Ver. Clovis Ilgenfritz pediu vistas exatamente para não se votar o relatório do Ver. Isaac Ainhorn, que estava dentro dos prazos. Aplicou-se o art. 81. Tem-se feito de tudo para assodadamente votar-se este Projeto e hoje descobriu-se, através do Conselho Regional de Assistência Social, que falta a tradução da filosofia da assistência social.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Nereu D’Ávila, eu peço desculpas a V. Ex.ª, mas tem uma Questão de Ordem. Questão de Ordem baseada em que artigo, Ver. José Gomes?

 

O SR. JOSÉ GOMES (Questão de Ordem): Baseada no que o Ver. Nereu D’Ávila falou que eu procrastinei o Processo, e eu quero explicar para o Plenário e para o Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE: Não, Vereador. Isso não é Questão de Ordem. Explicação, não, Vereador. Por favor. Devolvo o tempo ao Ver. Nereu D’Ávila.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: O Vereador, o atual diretor da FESC, José Valdir, outro dia, na Rádio Guaíba, eu ouvi, ninguém me contou, dizia que a Conferência Municipal dava como órgão gestor para a política única de assistência social a FESC, e nós ficamos sabendo que não é verdade.

 

O Sr. José Valdir: Jamais disse isso!

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: A conferência não apontou a FESC como órgão gestor de assistência social no Município. Sua Excelência, inclusive, contando como favas contadas a aprovação do Projeto já dizia que naquela quarta-feira passada ia ser votado o Projeto.

Ninguém aqui quer procrastinar coisa nenhuma. Agora, ninguém vai votar por influência de ninguém. A Câmara, na sua soberania, não aceitará por maioria absoluta. Para mostrar que nós não queremos procrastinar, eu, Líder do PDT, apresentei agora mesmo lá na reunião a pauta de sexta-feira que vem, sem ser essa sexta-feira Santa, a outra, ainda sobrariam praticamente quarenta e cinco dias para o Executivo providenciar em outras contratações. O próprio Ver. Wilton Araújo, da Bancada do PDT, democraticamente, discordou deste Vereador. Mas eu estava mostrando que não queremos procrastinar coisa nenhuma. Em seguida, foi proposto pelo Ver. Henrique Fontana que fosse hoje a votação; pela Ver.ª Maria do Rosário, que fosse quarta-feira. Ou seja, querendo colocar o cutelo no nosso pescoço para fazer de improviso e assodadamente aquilo que não queremos.

Queremos ouvir segmentos como o Conselho Regional de Assistentes Sociais, os funcionários da FESC, sua associação e outros membros da sociedade interessados no processo para fazer, aí sim, um Projeto que alcance todos os objetivos e contemple os interesses de todas as classes em questão e não somente a direção da FESC.

É por isso que ainda aceitaríamos o prazo para votar daqui a uma ou duas semanas se for retirado o cutelo do art. 81, que é arbitrário e que, para este tipo de Projeto, não cabe neste momento. Democraticamente e pelo interesse dos aqui presentes sabemos que temos que ouvir a todos para que o Projeto não saia capenga e é por isto que propusemos cinco Sessões de adiamento, para estudarmos as partes e fazermos um Projeto sem as falhas deste que está aí que, sei, a Casa o rejeitará.

Se V. Ex.ª, Vera. Maria do Rosário, quer votar, votaremos, mas não aceitaremos o adiamento por apenas três Sessões. Agora, o Plenário decidirá soberanamente. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOSÉ GOMES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, insisto na Questão de Ordem, baseado no art. 93, parágrafo único.

Quando pedimos vistas ao Projeto da FESC, nos baseamos no Regimento, dentro do prazo, para estudar o Projeto. Este foi entregue no prazo também conforme o Regimento.

O Ver. Nereu D’Ávila foi muito infeliz ao dizer que tentamos procrastinar o processo. Ele já teve momentos de lucidez nesta Casa, mas hoje está pirado.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Solicito informações se existe Requerimento, sobre a mesa, sobre o adiamento de três Sessões?

 

O SR. PRESIDENTE: Sim, existe Requerimento do Ver. João Verle no sentido de que seja adiada por três Sessões, será votado logo em seguida. Se for aprovado esse Requerimento, será prejudicado o Requerimento do Ver. João Verle.

Em votação Requerimento de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, solicitando o adiamento da discussão do PLE nº 87/93 por cinco Sessões. A votação será nominal por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn. (Após a chamada.) REJEITADO por 7 votos SIM, 24 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.

Em votação Requerimento de autoria do Ver. João Verle, solicitando o adiamento da discussão do PLE nº 87/93 por três Sessões. (Pausa.) A votação será nominal por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn. (Após a chamada.) APROVADO por 19 votos SIM, 11 votos NÃO e 2 ABSTENÇÕES.

 

(Levanta-se a Sessão às 17h23min.)

 

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